O MOVIMENTO BROWNIANO Capítulo 9: As experiências de Perrin e a vitória da hipótese atômica. Em 1903 foi inventado um novo tipo de microscópio, o ultramicroscópio, bem mais poderoso que os outros microscópios em uso na época. Logo após a publicação do trabalho de Einstein, o francês Jean-Baptiste Perrin, que dispunha de um desses aparelhos, iniciou um projeto de verificar a validade e precisão das expressões deduzidas pelo jovem cientista. O resultado dessas medidas foi uma comprovação cabal de todas as previsões de Einstein. Perrin conseguiu obter valores para o tamanho das moléculas do líquido e para o coeficiente de difusão das partículas suspensas. Essas medidas se ajustaram como uma luva às fórmulas sugeridas por Einstein. O número de Avogadro também foi obtido com uma excelente precisão. Com esses resultados, ficou definitivamente comprovada a existência de moléculas e átomos. E, por esses trabalhos, Jean-Baptiste Perrin foi agraciado com o prêmio Nobel de Física de 1926. Uma curiosidade: outro francês, Louis Bachelier, em sua tese de doutoramento apresentada em 1900, cinco anos antes do artigo de Einstein, desenvolveu praticamente toda a teoria do movimento aleatório, obtendo expressões semelhantes às que seriam depois obtidas por Einstein. No entanto, Bachelier não descrevia um sistema físico, como partículas suspensas em água, mas as flutuações das ações de uma bolsa de valores. Por essa razão, seus resultados passaram inteiramente despercebidos pelos físicos da época. Hoje, sabe-se que o tratamento teórico dessas flutuações serve para explicar inúmeros fenômenos que ocorrem em áreas completamente distintas, como a física, a biologia, a economia e as ciências políticas. A observação aparentemente inocente de Robert Brown revelou-se muito mais importante do que parecia quando foi relatada pela primeira vez. | |
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